A vitamina D e seu papel promissor na Síndrome Metabólica

A síndrome metabólica (SM) é atualmente um problema global que se espalha rapidamente, com a expectativa de que mais de um bilhão de pessoas sejam afetadas até 2025. Essa síndrome, caracterizada por obesidade abdominal, resistência à insulina, hipertensão e dislipidemia, não apenas aumenta o risco de desenvolver diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e doenças cardiovasculares, mas também está associada a condições como a doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Cada um dos componentes da SM pode ter um impacto adverso sobre o endotélio, levando à disfunção vascular e a desequilíbrios na homeostase vascular.

A SM é uma condição multifacetada resultante da interação de vários fatores, incluindo predisposição genética, obesidade, estresse, falta de atividade física e uma dieta pouco saudável. É importante ressaltar que, nas últimas décadas, a prevalência da SM vem aumentando constantemente.

Nesse contexto, a deficiência de vitamina D tem sido reconhecida como um problema de saúde cada vez mais relevante, afetando aproximadamente 50% da população mundial.

Apesar das controvérsias, observou-se que a suplementação de vitamina D, seja com vitamina D2 ou D3, em doses altas ou baixas, e por diferentes períodos de tempo pode ter efeitos benéficos no tratamento da SM e condições associadas, além de reduzir os níveis de citocinas inflamatórias e do hormônio da paratireoide, bem como diminuir a atividade do sistema renina-angiotensina-aldosterona.

Em relação à pressão arterial, estudos recentes mostraram resultados animadores. Foi demonstrado que a suplementação de vitamina D reduziu significativamente a pressão arterial sistólica e diastólica em pacientes com SM. Esses efeitos hipotensores foram observados tanto em indivíduos saudáveis quanto naqueles com hipertensão, especialmente em pessoas com mais de 50 anos de idade.

É importante ressaltar que o status de obesidade e a dose de vitamina D podem influenciar a relação entre a suplementação de vitamina D e as anormalidades metabólicas. Em indivíduos com sobrepeso ou obesos, um aumento na ingestão de vitamina D pode ter um impacto positivo na pressão arterial e nos níveis de colesterol HDL.

Concluindo, os achados atuais apoiam seu papel promissor no tratamento dessa doença. Estudos futuros que explorem aspectos como a duração da suplementação e os níveis ideais de vitamina D são recomendados para esclarecer melhor essa relação.

 

Referencias: Qi KJ, Zhao ZT, Zhang W, Yang F. The impacts of vitamin D supplementation in adults with metabolic syndrome: A systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Front Pharmacol. 2022 Oct 5;13:1033026. doi: 10.3389/fphar.2022.1033026